segunda-feira, 28 de junho de 2010

Governo cria comitê para monitorar ações contra o crack

Depois de anunciar investimento pesado no combate ao crack, o governo criou ontem um comitê para monitorar as várias ações promovidas pelos ministérios para resolver o problema.

O Comitê Gestor do Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas terá sua primeira reunião já na próxima quarta-feira. A comissão será composta por membros de 15 órgãos do Executivo.

Em maio, o governo federal anunciou investimentos de R$ 410 milhões para implementar as ações do plano de combate ao problema no país neste ano. O plano terá três frentes: prevenção, combate e tratamento de usuários do crack. Nesta semana, o presidente Lula reconheceu que há falta de coordenação das ações contra o crack entre os ministérios.
Fonte:Destak Jornal/ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas) 


Independente de quem esteja governando nosso país, é notório que é necessário uma política anti-drogas, e ações como essa devem ser enfatizadas e classificadas como um progresso rumo a uma sociedade mais limpa, cada vez mais longe das drogas.



quinta-feira, 24 de junho de 2010

Pais e adolescentes no combate às drogas

Pais de crianças e adolescentes moradores de duas comunidades beneficiadas pela Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) estão aprendendo a prevenir que seus filhos usem drogas.

Através do Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd) policiais coordenados pelo tenente coronel Nelio Monteiro estão ministrando aulas nessas comunidades. As primeiras aulas aconteceram hoje apenas nas UPPs do Morro da Babilônia e Pavão/Pavãozinho. Em outras comunidades com UPPs a previsão é de que comecem no próximo sábado.

Segundo o tenente-coronel Nelio Monteiro, serão ao todo ministradas cinco aulas de duas horas cada. No programa pais terão explicações sobre o efeito e os sintomas de drogas e como agir em nesses casos. O coronel explicou que nas comunidades de UPPs a PM está fazendo um processo de sedução pedagógica dos moradores.

Na comunidade Babilônia, o número de pais nas palestras ainda era pequeno. A expectativa é de que o número aumente a cada aula. Já no Morro Pavão/Pavãozinho, mais de cem moradores compareceram ao curso. Ao todo 12 instrutores do Proerd ministram as aulas no morro.

O curso do Proerd é ministrado pela Polícia Militar desde 1992 e é uma adaptação brasileira do programa norte americano Drug Abuse Resistance Education (DARE), que visa ações conjuntas entre as polícias, família e escola para prevenir a utilização de drogas pelos jovens. A intenção do curso que já é ministrado em várias escolas do Grande Rio, é mostrar as drogas, os efeitos e como prevenir e evitar. As aulas são interativas e pais levam para casa questões para serem discutidas e debatidas com filhos.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Precisamos travar uma guerra sem dó nem piedade contra o crack, diz Lula

Na 12ª Semana Nacional Sobre Drogas, Lula cobrou esforço de prefeituras na execução do plano contra o crack. 


O presidente defendeu nesta segunda-feira (21) uma atuação conjunta entre o governo federal, estados e municípios no combate ao crack. Em discurso na abertura da 12ª Semana Nacional Sobre Drogas, Lula classificou o crack de “inimigo da humanidade” e afirmou que será preciso uma “guerra” para combater o problema da dependência química no Brasil.

“Nós precisamos travar uma guerra sem dó nem piedade contra o crack. Seja na fronteira especializando o que tivermos de especialidade, seja acertando com os governos que tem fronteira com o Brasil”, afirmou.

Segundo Lula, a responsabilidade pelo combate à droga é de todos. Ele pediu que os dirigentes não culpem uns aos outros pelo problema da dependência química e tentem atuar de forma conjunta.

Presidente responsabiliza estado, município e governo federal para dar demonstração que somos capazes de enfrentar esse mal.

Um cartão vermelho R$ 430 milhões

Em maio, o governo lançou o Plano Integrado para Enfrentamento do Crack, que prevê investimentos para treinamento de equipes de saúde, tratamento a usuários, pesquisa e combate ao tráfico. O projeto terá neste ano R$ 430 milhões de reais para a implementação das propostas. Segundo Lula, um dos focos do plano será prestar assistência aos parentes dos dependentes.

“Não tem quase hospital especializado e clínicas para cuidar disso. Estamos agora começando um processo para tratar não apenas o viciado, mas também da família”, disse. O presidente também defendeu ainda uma melhor fiscalização para identificar os usuários, principalmente nas escolas. “Temos que fiscalizar melhor para saber se tem em cada escola criança viciada e qual tratamento disponibilizar”, disse.

Presente ao evento, a secretária-adjunta da Secretaria Nacional de Políticas sobre as Drogas, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Paulina do Carmo, defendeu foco em políticas de integração do viciado em crack à sociedade. “Além da internação, o dependente do crack precisa de fortes ações para garantir a reinserção social”, disse.

terça-feira, 22 de junho de 2010

O barato que sai caro

O Ministério da Saúde estima que 600 mil jovens sejam dependentes de crack no Brasil. Mas alguns estudiosos calculam que este número seja o dobro. Estes são os impressionantes e preocupantes dados que constam de recente e providencial matéria da Revista Época, de 14 de junho . "Há uma epidemia de crack no Brasil, uma epidemia sem barreiras sócio-econômicas. Antes, prevalecia o consumo da maconha, de drogas sintéticas e de cocaína, mas o crack se infiltrou entre esses jovens", afirma o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, especialista no estudo de dependência e coordenador da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Estado de São Paulo.
A matéria revela que é falsa a impressão de que os usuários da chamada "droga da morte" sejam de origem social pobre. "O crack é que empobrece os usuários", diz Solange Nappo, pesquisadora que há 20 anos estuda como o crack se espalhou entre a população e afirma que os usuários de classe média evitam comprar a droga diretamente do traficante, usando o serviço de "mulas" ou "aviõezinhos" - garotos pobres que compram as pedras em troca de dinheiro para financiar o próprio vício.
O uso constante do crack danifica a área frontal do cérebro, responsável pelo planejamento, pensamento e controle dos impulsos.
Nos últimos cinco anos no Brasil, o número de dependentes de crack com renda acima de 20 salários mínimos cresceu 155%. No Rio de Janeiro, estima-se que quase 40% dos usuários sejam de classe média. "O aumento do uso de crack reflete o sucesso de uma política mundial de repressão ao tráfico de cocaína", diz o diretor-geral da Polícia Federal. Luiz Fernando Corrêa. Esse sucesso tem um preço: "Surgiu um subproduto tão maléfico, tão doloroso, e as quadrilhas se adequaram a esse mercado", comentou.
Em dez a quinze segundos o cérebro "percebe" o excesso de receptores e reduz sua quantidade. As sinapses tornam-se lentas: é a fase da depressão e vontade incontrolável de sentir de novo os efeitos do "falso barato". O certo é que o uso constante do crack danifica a área frontal do cérebro, responsável pelo planejamento, pensamento, controle dos impulsos. Por isso o usuário do crack tende a ser violento, desorganizado e, em um estágio mais avançado do consumo, relapso com sua higiene pessoal. Começam a virar trapos humanos.
A realidade é que o crack hoje é uma seríssima ameaça à juventude ainda sadia, o que levou o governo federal a anunciar recentemente o "Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack". A idéia é dobrar o número de leitos para dependentes químicos em hospitais do SUS. Estão previstos também a criação de novos Centros de Atenção Psicossocial e a transformação dos 110 Centros atuais em unidades abertas 24 horas por dia.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Cartão vermelho para as drogas chega ao Mundial na África do Sul

Após o jogo de estréia da seleção Brasileira na África do Sul, na última terça-feira (15), a repórter da Globo Glenda Koslowsi fez uma reportagem nas ruas da África do Sul, para conferir e cobrir a festa dos Brasileiros após a vitória de 2x1 contra a seleção da Coréia do Norte.


Embora o desempenho dos craques brasileiros não tenha sido empolgante, o povo brasileiro deixou sua marca festiva, como lhe é peculiar, comemorando o suado triunfo sobre o fraco adversário.


Mas o foco principal foi o cartão vermelho para as drogas mostrado nessa mesma reportagem. Ao abordar um eufórico torcedor, as câmeras da emissora mostraram uma faixa escrito "CARTÃO VERMELHO PARA AS DROGAS" , demonstrando a enorme preocupação dos paranaenses e consequentemente do povo brasileiro em combater este mal.

XII Semana Nacional Sobre Drogas

A Semana Nacional Sobre Drogas será lançada oficialmente pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira dia 21 de junho. A cerimônia acontece no Auditório do Anexo I do Palácio do Planalto, às 17 horas em Brasília, Distrito Federal. 


"2010 Contra o Crack"


O tema desta edição é “Juventude na Prevenção do Uso de Drogas”. Esse tema vem sendo amplamente discutido e medidas de enfrentamento ao uso de drogas e suas conseqüências já estão sendo implementadas. Uma delas é o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, que tem por objetivo coordenar as ações federais de prevenção, tratamento, reinserção social do usuário do crack e de outras drogas, bem como enfrentar o tráfico, em parceria com estados, municípios e sociedade civil.

Somada a essa e às outras ações do Governo Federal já em curso, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República e o Conselho Nacional de Justiça assinam durante a cerimônia um Acordo de Cooperação Técnica, com o objetivo de levar o tema para discussão junto aos magistrados, servidores e membros da equipe multidisciplinar que atuam nos Juizados Especiais Criminais e nos Juizados da Infância e da Juventude.

Foco do Encontro

A idéia é que todos os Operadores do Direito, servidores, conciliadores, assistentes sociais, psicólogos, pedagogos e outros colaboradores do Poder Judiciário possam orientar e esclarecer os usuários e dependentes sobre os recursos comunitários disponíveis, desde o primeiro contato, até o encaminhamento à rede de tratamento e reinserção social.

Na cerimônia, ainda, os vencedores dos concursos de Fotografias, Jingles, Cartazes e Monografias, promovidos pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD), serão premiados. Foram cerca de dez mil trabalhos inscritos de participantes de todas as regiões do país.

Este ano, o IX Concurso Nacional de Monografias, resultado de uma parceria com o Centro de Integração Empresa Escola (CIEE), teve como tema o “Crack”, com o objetivo de estimular a reflexão e a discussão entre os estudantes universitários sobre as diferentes abordagens e conseqüências sociais do uso dessa substância. 

sábado, 19 de junho de 2010

Operação da Polícia Federal apreende mais de 3 toneladas de maconha



DROGA SAÍA DE CASCAVEL COM DESTINO À CURITIBA.






Mais de três toneladas de maconha escondidas em um caminhão carregado com sacos de arroz foram apreendidas na BR-277 em Guaraniaçu (PR), nesta quinta-feira (17). No total, 3.134 quilos da droga eram transportados na carroceria do veículo, embaixo dos sacos plásticos que envolviam os pacotes de arroz.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o motorista disse aos agentes que levaria a carga de Cascavel (PR) até Curitiba. Ele foi preso e encaminhado à delegacia da Polícia Federal de Cascavel.




Mais uma grande carga de maconha não chega às mãos dos traficantes,  operações como essa precisam ser ressaltadas e elogiadas, e cada vez mais essas operações tem de ser tornar constantes, para que seja coibido o tráfico e cada vez ficar mais difícil que a droga chegue aos nossos filhos. Um cartão vermelho para as drogas se começa em casa, mas é necessário também que se dê o cartão vermelho para quem faz do vício e da tristeza dos familiares, sua profissão, o traficante. 





sexta-feira, 18 de junho de 2010

Justiça aprimora atendimento a usuários de drogas

Para aprimorar o atendimento da Justiça a usuários e dependentes de drogas envolvidos em processos criminais, 15 mil pessoas em todo o Brasil, entre juízes, servidores e colabores do Poder Judiciário serão capacitados.

A iniciativa é resultado de uma parceria entre o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), vinculada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), da Presidência da República.

As inscrições estarão abertas a partir de julho, mas como as vagas são limitadas serão realizadas pré-inscrições que poderão ser feitas até o próximo dia 25, pelo endereço: www.cnj.jus.br/cursosobredrogas . 



São necessários cada vez mais meios de se combater as drogas. Com certeza este problema já se torna um fator social impossível de ser desconsiderado, ou de algum modo não ser dado atenção. À mesma medida que o mal do século vem sendo combatido por ações governamentais ou da comunidade, ela continua crescendo e abrangendo cada vez mais pessoas, destruindo assim famílias, sonhos, futuros.


Mais um cartão vermelho para as drogas é dado pelo CNJ, parabéns.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Droga Mata a Família de Viciados Também

O crack – a droga mais perigosa da atualidade – invadiu a classe média. Uma pesquisa inédita mostra que as famílias não sabem onde obter ajuda. O que fazer para salvar os dependentes.

Foram quatro anos sob os efeitos de maconha, cocaína, ácido lisérgico, ecstasy, crack e até chá de fita cassete – uma “droga” a que os dependentes recorrem para suportar crises de abstinência. A triste viagem de Renan começou na casa da família, num bairro de classe média em São Paulo, e o levou ATÉ a favela Paraisópolis, a segunda maior da capital paulista. 

Bem Estar Momentâneo


“Lá eu estava onde eu queria, com a galera, e me drogava direto”, diz. Seus pais, Alda e Eli, haviam tentado impor limites para afastá-lo da dependência. Primeiro, conversaram. Depois, proibiram o filho de usar o carro, cortaram a mesada, estabeleceram horário para que ele chegasse em casa. Eles não eram novatos no assunto. Antes de Renan, o caçula da família Larizzatti, outros dois filhos do casal haviam passado por problemas semelhantes. “Com três filhos usando drogas, vi que era o fundo do poço”, diz Alda. O casal decidiu internar o mais novo, então com 22 anos. Antes de ser levado para uma clínica de desintoxicação, Renan fez uma ameaça aos pais: “Quando sair, eu mato vocês”. Três anos e dois meses depois do último contato com as drogas, Renan ajuda a família na casa lotérica que os sustenta. “Hoje, se eu matar meus pais, só se for de amor”, afirma. 

Histórias como a dos Larizzattis ocorrem em muitas famílias. Às vezes, porém, o desfecho é trágico. Em 2009, a consultora aposentada Flávia Costa Hahn, de 60 anos, moradora de um bairro nobre de Porto Alegre, matou seu único filho, Tobias Hahn, de 24 anos. O rapaz consumia crack desde os 18 anos. Em abril do ano passado, depois de passar três noites em claro fumando crack, Tobias voltou para casa para pedir dinheiro. Flávia conta que discutiu com o filho, foi agredida e, para tentar se defender, pegou um revólver da coleção de armas do marido. A arma disparou e atingiu Tobias no pescoço. Ele morreu na hora. Em outro caso dramático, o músico Bruno Kligierman, de 26 anos, um jovem de classe média alta morador da Zona Sul do Rio de Janeiro, sufocou até a morte a amiga Bárbara Calazans, de 16. Ele havia consumido crack a noite toda. Seu pai, o poeta Luiz Fernando Prôa, o entregou à polícia. 

terça-feira, 15 de junho de 2010

299 pedras de crack nas escolas

A apreensão de crack em uma escola de Londrina, em março de 2010, fez os números do 181 Narcodenúncia relacionados ao ambiente escolar dispararem. Neste ano, foram apreendidas 299 pedras de crack nas escolas do Paraná – todas recolhidas na operação em Londrina. O número é maior do que o total apreendido pelo órgão entre 2003 e 2009.
O tenente Edivan Fragoso, do 181 Narcodenúncia, explica que a polícia recebeu a informação de que havia uma quantidade de drogas na escola de Londrina, que fica no Conjunto Farid Libos, zona norte da cidade. O traficante, um adolescente de 17 anos, estava na quadra de esporte da escola e foi apreendido, segundo o tenente.
MAIS DE 500 PEDRAS DE CRACK APREENDIDAS DESDE 2003. A CADA ANO O NÚMERO AUMENTA.
Desde 2003, foram apreendidas 555 pedras de crack nas escolas do Paraná (o número inclui também as universidades). O crack é uma droga altamente viciante e que preocupa as autoridades: estimativas apontam a existência de pelo menos 600 mil usuários no país.
Com relação ao aumento de apreensões nas escolas, o coronel Jorge Costa Filho, comandante do policiamento na capital, afirma que a fiscalização e o consumo estão crescendo. “O traficante procura cada vez mais tentar jogar (a droga) para o adolescente e a criança, para tentar criar novos consumidores”, diz. Segundo Costa Filho, o que se encontra de crack nos colégios não é significativo em relação ao montante apreendido no estado. “Procuramos (nas escolas) mais o trabalho de prevenção, para não chegar ao cúmulo de ter de prender nos colégios”, afirma.
Para a professora Araci Asinelli da Luz, doutora em Educação da UFPR, não necessariamente essa droga apreendida nas escolas seria para consumo dos estudantes – poderia estar com eles para significar símbolo de poder. “Tenho certeza, por trabalhar com a juventude, que grande parte efetivamente não usa droga, só deixa transparecer isso para se sentir incluído no status de poder”, afirma.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

O mal do Século

Pode-se dizer que vem em boa hora o plano do governo de combate ao crack? Talvez seja mais adequada a afirmação de que vem com atraso. Mais: vem acompanhado de certo ceticismo. A descrença tem fundamento. Ações ora anunciadas figuram em promessas anteriores que caíram no esquecimento ou não receberam a atenção necessária. É o caso da criação de consultórios de rua, em que equipes de saúde vão aos locais onde se encontram os usuários, e a construção de centros de atenção psicossocial (Caps), que veio à luz em junho no Plano Emergencial de Drogas.

O descaso cobra alto custo. Talvez nenhuma droga tenha as potencialidades malignas do crack. Subproduto da cocaína, a substância psicoativa é capaz de viciar no primeiro contato. Segundo estimativas do Ministério da Saúde, o país contabiliza 600 mil usuários. As grandes vítimas são os jovens, cuja curiosidade os torna vulneráveis ao assédio de traficantes ou de dependentes que vendem o entorpecente para alimentar o próprio vício. Antes restrito a consumidor mais pobre, o alucinógeno chegou à classe média com velocidade assustadora.

A explosão do consumo fica patente nos números. Em um ano (de 2008 a 2009), a apreensão da droga pela Polícia Federal cresceu em proporção geométrica de 500kg a 4.500kg. O fato levou à inclusão do tema no debate eleitoral. A dimensão da tragédia é tal que se espera não ter sido a proximidade das urnas a motivar a nova mobilização do governo. As propostas, que começaram a ser debatidas em 9 de abril, miram três metas: a prevenção, o tratamento e a repressão ao tráfico.
O desafio é enorme. Em primeiro lugar, porque faltam políticas públicas abrangentes de tratamento. A saúde pública, sem trabalhos científicos aptos a comparar as drogas e selecionar as mais eficientes para enfrentar a dependência, aposta no ensaio e erro no socorro ao craqueiro. Não há mais tempo a perder. É importante avançar no combate ao mal. Não devem ser poupados esforços para evitar que a catástrofe se alastre.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Pesquisa Unifesp: jovens começam a usar maconha aos 14 anos

Uma pesquisa do Cebrid (Centro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas) da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) divulgada nesta semana mostra que os adolescentes das escolas particulares de São Paulo começam a fumar maconha aos 14 anos e meio. Mais de 10,7% dos entrevistados disseram ter fumado a droga alguma vez na vida.


A iniciação no álcool e no cigarro é feita ainda mais cedo: os jovens começam aos 12 e 13 anos de idade em cada droga, respectivamente. Os dados foram coletados em 37 escolas, com a participação de 5.226 alunos. Desses, 2.691 são do ensino médio e 2.535, do ensino fundamental. Estudantes de ambos os sexos foram consultados, sendo 50,3% do masculino e 49,7% do feminino.

Eles fumam mais maconha do que elas: enquanto cerca de 5% dos meninos o fez no mês anterior à pesquisa, a proporção de meninas foi a metade, diz o estudo. “Os garotos apresentaram maior risco para consumo de maconha, cocaína e inalantes. As meninas, para consumo de ETAs (estimulantes tipo anfetaminas) e calmantes. E o “risco acumulado”, ou seja, o maior momento de exposição, também acontece mais cedo para os garotos. Eles experimentam com 14 anos, e elas com 15.

Adolescentes, baladeiros e ricos


A frequência de saídas noturnas está associada ao consumo de maconha. Aqueles que saíram quase todas as noites apresentaram oito vezes mais possibilidade de haver fumado a erva do que os que não saíram. Para Ana Regina Noto, coordenadora da pesquisa, os pais devem prestar atenção no comportamento dos filhos.
“Estar atento aos limites é importante. Um adolescente que têm saídas noturnas frequentes e sem supervisão de adultos fica mais vulnerável à embriaguez e assim, ao uso de drogas, por exemplo. Ele está em fase de formação de opinião e conhecimento da sexualidade, e tem que saber que existem outras formas de diversão, com menos riscos à saúde” Quem estuda em escola mais cara, com mensalidade maior que R$ 1.200, tem três vezes mais chance de haver fumado maconha do que em colégios baratos, com cobrança de até R$ 400.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Epidemia de crack está fora de controle, adverte especialista

Cerca de 1,2 milhão de pessoas fazem uso da droga no país. Psiquiatra da Uerj diz que atendeu 200 pacientes e só recuperou um.


A maioria são jovens. Não estamos falando de usuários de uma droga. Estamos trantando de uma geração. Acho que estamos despreparados. Estamos de calças curtas. A gente não sabe como lidar com isso”, reconhece a psiquiatra Maria Thereza Aquino, professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que durante 25 anos dirigiu o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas (Nepad).


“É uma coisa que assusta muito a gente. O problema é que quase ninguém sabe como lidar com isso”, emenda a gerente de projetos da Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Suelen da Silva Sales, ao anunciar a formação de 900 policiais (militares, civis e peritos) que vão atuar nas fronteiras do país para evitar a entrada de drogas como cocaína e pasta base usadas na produção do crack.

Dificuldade para definir o crack

“O crack apresentou nos últimos 5 anos um fato novo em relação aos desafios no campo da saúde. As respostas têm sido heterogêneas, atrapalhadas, precipitadas. É preciso serenidade, pois estamos diante de uma experiência trágica. É uma situação social de extrema gravidade”, alerta o coordenador da área de saúde mental do Ministério da Saúde, Pedro Gabriel Delgado.

Na semana passada, durante dois dias, um grupo de especialistas, incluindo Pedro Lima, Suelen Sales e Pedro Gabriel, se reuniu na sede da organização não governamental Viva Rio para definir estratégias e formular um documento com orientações de como tratar o problema do crack. As recomendações serão entregue a equipes do Programa de Saúde da Família.

Quem usa crack está sob a ação de uma cocaína quase 80 vezes mais poderosa do que a cocaína comum

De acordo com os especialistas, de todas as drogas o crack é a mais perversa. Por ser inalada, atinge diretamente o pulmão e o cérebro em cerca de oito segundos. Como o efeito é rápido, o usuário quer consumir cada vez mais, para manter a sensação de prazer constante. Com a frequência, o usuário se torna dependente em menos de cinco vezes de utilização. As últimas pesquisas sobre a droga mostram que em geral 30% dos usuários de crack morrem nos primeiros 5 anos de uso.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Plano de combate ao crack começa a sair do papel

Licitação / ONGs têm até o próximo dia 18 para oferecer proposta sobre capacitação.

Um passo importante será dado hoje em direção ao combate ao crack no estado. A Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos lança um edital de licitação no valor de R$ 1 milhão para seleção e contratação de uma organização não governamental que ficará responsável pela capacitação de 20 mil pessoas para executar o Plano de Ações de Enfrentamento ao Crack, lançado pelo governo do estado. As propostas podem ser apresentadas até o dia 18 de junho, entre as 8h e 17h.



Segundo o secretário executivo de Assistência Social, Acácio de Carvalho, depois de orientadas adequadamente, essas pessoas poderão, entre outras atividades, aplicar junto às famílias o Protocolo do Crack. O documento está sendo confeccionado pelas secretarias de Saúde e Assistência Social e é um conjunto de perguntas e informações que visam a prevenção do uso do crack. É como uma espécie de vigilância social das pessoas, só que direcionada apenas ao uso da droga.



O público alvo da capacitação serão as equipes dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), dos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS), gestores, técnicos dos setores governamentais e não-governamentais da rede socioassistencial e voluntários da rede de combate ao crack. O aprendizado terá custo zero para os participantes.



A gerente de Planejamento, Projetos e Capacitação da Secretaria, Paula Tavares, explicou que entre os assuntos tratados nas capacitações estão o conceito de droga, a classificação e os efeitos do crack, o significado da dependência química, a redução de danos, o papel da família, a legislação, a política social, entre outros temas.



As capacitações serão feitas ao longo de seis meses e serão desenvolvidas na forma de seminários, câmeras técnicas, parceria com escolas e oficinas de alinhamento. "Vamos escolher uma entidade que tenha experiência na área do crack. Nossa ideia é transformar essas 20 mil pessoas em agentes multiplicadores em suas regiões", acrescentou Paula Tavares.



A capacitação vai abranger os 184 municípios pernambucanos mais o Distrito Estadual de Fernando de Noronha. As instituições interessadas em se candidatar no processo de licitação podem acessar o site da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SEDSDH): Outras informações através do telefone: (81) 3183-3043 ou 3183-3045