segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Clínicas de Tratamento

Dependência química: tratamento profissional ou terreno para charlatães?


Violência, marginalidade, vício, tráfico. Estes são estereótipos comumente associados ao usuário de substâncias psicoativas. Esta visão distorcida se agrava quando reportagens sobre entidades que “tratam” aqueles a quem os jornais se referem como “viciados” são veiculadas. Agressões, choque elétrico, trabalho forçado são manchetes convidativas para TV e companhia. O problema é que esta situação, verdadeira em certos casos, não reflete a realidade do segmento como um todo.

Em primeiro lugar, é preciso ressaltar que as drogas já deixaram de ser marginais há muito tempo. Apesar de se insistir, por meio de reportagens sensacionalistas, em associar drogas apenas com Cracolandia, hoje elas também estão presentes nos lares do cidadão comum, do trabalhador honesto, do homem ou mulher de bem.

E a hipótese de que as drogas entram na vida das pessoas por meio de marginais, estranhos, traficantes, é puro mito, segundo especialistas. “Geralmente quem oferece é quem está mais próximo, um colega de escola ou trabalho, companheiro de ‘balada’ e, talvez, o melhor amigo”, diz a psicóloga especialista em Dependência Química Cláudia de Oliveira Soares, diretora terapêutica da Clínica Médica Especializada Viva. Ela também faz um alerta: “O pai que bebe na frente dos filhos pode, sem saber, ser o introdutor da droga na vida dessas crianças e jovens”, complementa. 

Por outro lado, há mais drogas lícitas (cigarro e álcool), prescritas sob orientação médica (antidepressivos, controladores de ansiedade e inibidores do apetite) sendo consumidas e que causam dependência, que propriamente as drogas ilícitas, como maconha, cocaína e crack.

A dependência química é uma doença, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde em sua Classificação Internacional de Doenças (CID – 10). Está descrita entre os capítulos F-10 e F-19, que tratam de Transtornos Mentais e Comportamentais devidos ao uso de substância psicoativa.

“Por se tratar de assunto de saúde pública, a dependência química necessita de profissionais qualificados, entre médicos, psiquiatras, psicólogos; com programas terapêuticos definidos, para que sejam obtidos resultados efetivos no tratamento da doença”, comenta Cláudia Soares.

A questão é que, por falta de fiscalização de órgãos públicos competentes, o segmento de tratamento para dependentes químicos virou terreno fértil para pessoas que, por falta de informação - às vezes até com boas intenções -, ou simplesmente por oportunismo, enxergam uma oportunidade de negócio facilmente rentável. E as famílias, no auge da questão “internar ou não um parente” e sensíveis pela necessidade da decisão com urgência, acabam caindo em verdadeiras ciladas.

Na contramão do oportunismo, há clínicas sérias, que entendem a complexidade da doença, capacitadas e gabaritadas para o tratamento, e que investem em pesquisa e conhecimento para compreender cada vez mais o que é a dependência química. Tais instituições baseiam seu trabalho em estudos aprofundados a cada dia, para se obterem resultados cada vez mais efetivos, como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC).

Estas clínicas atuam dentro da lei, respeitando normas referentes ao tratamento, à questão sanitária, à segurança, e atendendo a outras exigências legais. “Por isso aconselhamos as pessoas para que, antes de internarem seus familiares em uma entidade que diz tratar a dependência química, que verifiquem seus registros, conheçam o método de tratamento, comprovem a idoneidade da equipe profissional e busquem informações sobre a eficácia do tratamento”, finaliza Cláudia Soares.


Fonte: Assessoria de Imprensa Grupo Viva (www.ctviva.com.br)

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Governo implanta o primeiro Centro de Tratamento de Álcool e Drogas

A Secretaria de Estado da Saúde e o município de Cascavel assinaram nesta quarta-feira (25) o protocolo de intenções para a instalação do primeiro Centro de Tratamento de Álcool e Drogas do Paraná (Cetrad). Até 2014, serão instaladas no Estado mais três unidades do gênero, em cumprimento ao compromisso do governador Beto Richa de assegurar assistência na área. De acordo com o secretário da Saúde, Michele Caputo Neto, este ano entrarão em funcionamento os centros de Cascavel e da Região Metropolitana de Curitiba.

O Cetrad de Cascavel vai funcionar em um antigo seminário adquirido pela prefeitura, que possui área de 30 mil metros quadrados, no bairro Interlagos, em Cascavel. 

O protocolo define as regras para o funcionamento do Cetrad, as funções do Estado e do município na sua administração e as contrapartidas financeiras. As adequações na estrutura existente serão realizadas pela prefeitura. Ao Estado caberá a contrapartida de reformar as unidades básicas de saúde do município. Após as reformas, que devem durar 120 dias, o município fará a cessão do imóvel ao Estado, que assume o custeio mensal. A gerência do Cetrad será do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Oeste do Paraná (Cisop).

Inicialmente, o Cetrad Cascavel terá 40 leitos, sendo que 20 deles estarão disponíveis para o município em razão da densidade populacional. A partir do início das atividades, a Secretaria de Estado da Saúde fará a ampliação da estrutura para oferecer 120 leitos de internação. O Cetrad Cascavel vai atender 43 municípios da 10ª Regional de Saúde (Cascavel) e da 20ª (Toledo).

Participaram da reunião o diretor da 10ª Regional de Saúde, Miroslau Bailak, o assessor jurídico, Carlos Lorga, o diretor do Departamento de Apoio à Descentralização, Isaías Cantoia Luiz, a chefe do Departamento de Atenção ao Risco, Isa Hermmann e a coordenadora do Comitê Gestor Intersecretarial de Saúde Mental, Larissa Yamaguchi, representando a Secretaria da Saúde.



segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Traficante morre na mão de usuário de drogas

Após alguns minutos de discussão, o autor disparou quatro tiros na vítima.

Um crime de homicídio foi registrado na esquina das ruas Vinícius de Morais com José de Alencar, no município de Pinhais.
O traficante de drogas Danilo da Rocha Gomes Antunes dirigia um veículo Uno quando encontrou um rapaz que seria usuário de drogas e comprava o entorpecente com Danilo.
Após alguns minutos de discussão, o autor disparou quatro tiros na vítima.
O traficante morreu antes da chegada do socorro.
Danilo vendida drogas há bastante tempo na região, segundo informações de moradores à polícia.
O crime passa a ser investigado pela delegacia da cidade.
Fonte: Portal CGN (http://cgn.uol.com.br/)

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Drogas são pivô de 61,7% dos assassinatos em Curitiba

Maioria das vítimas era homem com idade entre 18 e 29 anos, segundo dados da Sesp

Em 2011, homens jovens, com idade entre 18 e 29 anos, e usuários de drogas foram as principais vítimas de homicídios da capital paranaense. Os dados foram levantados pela Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp), que ainda demonstrou uma queda de 8,8% nos homicídios dolosos em Curitiba, no ano passado, em comparação com 2010. Foram 685 assassinatos em 2011, contra 750 no ano anterior. A taxa de homicídios para 100 mil habitantes ficou em 36,2 para Curitiba, bem acima do considerado aceitável pela Organização Mundial de Saúde, de 10 assassinatos para cada 100 mil habitantes. Dos 685 homicídios na capital em 2011, 326 (47,5%) aconteceram com pessoas entre 18 e 29 anos, e 167 (24,3%) na faixa etária dos 30 aos 39 anos. Unindo as duas faixas etárias, se tem quase 72% das vítimas de crimes contra a vida no intervalo dos 18 aos 39 anos.

Uma predominância maior ainda é verificada quando é analisado o sexo das pessoas assassinadas: 91,8% foram homens. Outra grande maioria é a relação com as drogas. Ela predomina em 61,7% das vítimas, sendo que em 42,7% trata-se de usuários e em 18,9% o envolvimento é com o tráfico de drogas.

Segundo o delegado-chefe da Delegacia de Homicídios (DH) de Curitiba, Rubens Recalcatti, o perfil das vítimas vem se mantendo ao longo dos anos e operações constantes têm sido feitas na DH para tentar diminuir esse perfil.

Para o coordenador do Centro de Estudos da Segurança Pública e Direitos Humanos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Pedro Bodê, é necessário que haja um cuidado maior ao se relacionar o tráfico de drogas com os homicídios. Segundo ele, cidades em que o consumo de drogas é alto, como Londres e Nova York, por exemplo, o índice de homicídios é muito baixo, o que leva a questionar a forma como essa relação é construída.

“Essa relação de droga e homicídio não pode ser uma justificativa. A sociedade como um todo tem lidado com essa questão como uma maneira de justificar essas mortes, o que não pode acontecer. A vítima de homicídio é uma vítima, independente do que esteja fazendo”, explica ele.

Segundo Bodê, o estado tem que usar várias frentes, como educação e saúde pública para combater o problema das drogas e não apenas usá-lo como justificativa para as mortes. “Além disso, precisamos de maior qualidade na maneira como esses dados são coletados nas delegacias, melhores investigações e punições mais severas. Não existem políticas efetivas que desestimulem e transformem o homicídio em algo ‘caro’ para o autor”, critica.

Fonte: Bem Paraná