quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Ano-Novo, jovens, álcool e outras drogas


No período de festas do final do ano, muitos de nós ficamos mais sentimentais, sensíveis e também condescendentes. O momento é de descompressão, liberação, especialmente na virada do Ano-Novo. Pais e filhos confraternizam, celebram. Muitas vezes celebram com álcool. O olhar complacente dos pais nessa hora pode ser a porta de entrada para um novo hábito de crianças e adolescentes, que seguirá quando adultos. Experiências precoces com tabaco e álcool podem fixar-se na memória como lembranças benignas de prazer e elação. Mais tarde, poderão ter a saliência de algo a ser cultivado. Multiplica-se, então, a chance de o consumo de álcool e de cigarro deixar de ser um prazer e virar uma doença.

Sabe-se que há um corredor com várias portas de entrada para novas experiências mais amplas e preocupantes, incluindo substâncias ilícitas e mais agressivas, como o crack, que assola a sociedade como uma epidemia. É tristemente comum revisar, com os pais de adultos jovens dependentes químicos, uma história de complacência e de aprovação quando os filhos se iniciavam no consumo de álcool e cigarro. Tardiamente, os pais tentam cortar um hábito robusto com raízes na celebração licenciosa e precoce dentro do ambiente familiar. Ela parecia benigna, mas não era.

Por outro lado, sabemos por dados do governo federal (Senad) que 48% dos brasileiros terminarão 2009 sem haver bebido uma vez sequer. Manter na consciência coletiva que é possível e desejável uma celebração livre do álcool e do tabaco pode ser a resposta que a sociedade procura na luta contra o crack. A melhor saída para o crack é a prevenção, mesmo que isso signifique mudar um pouco a tradicional festa de fim de ano.

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