quinta-feira, 29 de abril de 2010

Brasil quer combate ao tráfico - e não a países

Em conferência mundial no Rio, País vai defender 'corresponsabilidade' da Europa e dos Estados Unidos na luta contra as drogas no mundo

O Brasil vai aproveitar a realização da International Drug Enforcement Conference (Idec), a maior conferência mundial antidrogas, para tentar enterrar de uma vez por todas o conceito de "guerra às drogas" centrado nos países. "A palavra-chave é corresponsabilidade", diz o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa. "O conceito que queremos agora é combater o tráfico, não países."
A conferência ocorre no Rio, de terça a quinta-feira. O governo brasileiro, tendo como porta-voz o comando da Polícia Federal, vai mostrar que "a lógica guerreira" no combate ao narcotráfico "impõe um vale-tudo que chega a passar por cima da soberania dos países e restringe o combate aos produtores". A Drug Enforcement Administration (DEA), agência antidrogas americana, é parceiro na organização e realização da Idec.
Anual - em 2009, o encontro foi suspenso por causa da gripe suína -, a Idec, que pela terceira vez acontece no Brasil, discute as políticas de combate ao tráfico e o crime organizado, mas também debate as ações globais de segurança pública, com foco especial na cooperação policial internacional.
O mercado das drogas divide as nações em três tipos: países produtores, países de trânsito e países consumidores. O Brasil tem sido usado como rota de passagem da droga produzida nos países vizinhos rumo aos grandes mercados consumidores da Europa e Estados Unidos. Hoje, porém, o País se destaca mais como mercado consumidor do que de trânsito. Isso porque tem uma população grande (a quinta maior do mundo), uma economia em expansão, com aumento expressivo da renda média, e situa-se próximo dos maiores produtores mundiais de maconha (Paraguai) e de cocaína (Colômbia, Bolívia e Peru).

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