quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Crack avança em várias classes sociais

O crack, uma droga antes consumida principalmente por moradores de rua, avança sobre várias classes sociais.



As pedras de crack passam de mão em mão. São divididas à luz do dia e tudo isso acontece na calçada, no bairro de Aldeota, o mais nobre de Curitiba.  Alguns quarteirões a diante o entra e sai no terreno baldio tira a tranquilidade dos vizinhos. Lá dentro, os escombros dão abrigo a famílias e encobrem o uso de crack, revelado nas latas cortadas para o consumo da droga.

O consumo de crack nas áreas nobres da cidade acontece além dos limites dos terrenos baldios e também em plena luz do dia. Acaba deixando sinais pelas calçadas e muita indignação entre os moradores.

Com medo de mostrar o rosto, um homem conta o que vê todos os dias.

"Há de tudo: mulheres, grávidas, crianças, idosos", afirmou um morador.

O delegado responsável pelo combate ao tráfico de drogas diz que é preciso um policiamento constante.

"Com certeza, essa minha ação não vai resolver aquele problema porque tem que ser ações que tenham manutenção, ações constantes. Todo aparelho policial deve funcionar em conjunto", afirmou o delegado Everardo Lima da Silva (Denarc).

O crack não avança apenas na classe média: até celebridades mundiais tiveram problemas com a droga.

Não faltam casos entre pessoas bem sucedidas: Amy Winehouse e Whitney Houston são os mais conhecidos.

No Rio, um crime cometido por abuso de crack vai levar o músico Bruno de Melo ao banco dos réus. Há três meses, ele estrangulou a amiga no apartamento dele, depois de se drogar.

Esse caso mostra que o crack, antes consumido principalmente por moradores de rua, vem fazendo vítimas também na classe média. Um levantamento em clínicas particulares para tratamento de viciados em drogas, no Rio, revela que 30% das pessoas internadas são usuários de crack.

A psiquiatra Analice Gigliotti disse que, na maioria dos casos entre a classe média, a substância é usada por quem já consumia cocaína.

“A cocaína perde o efeito, gera tolerância aos efeitos estimulantes, entre outros. Mudar para uma droga que é fumada aumenta a intensidade do efeito, porque o crack é absorvido pelo pulmão, que tem uma superfície de absorção muito maior. Então, a quantidade de cocaína que chega ao cérebro é muito maior”, explicou a psiquiatra.

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