Sempre que se escuta a palavra “paralímpico”, a primeira referência a se fazer é à outra palavra: superação. Os significados do termo, tais como - passar por cima; passar ou ir além; ser ou ficar superior; sobrelevar-se: superar a expectativa.
Vencer, subjulgar, dominar, dobrar. Fazer desaparecer, remover, resolver: superar todas as dificuldades – apesar de muitas, não descrevem em sua totalidade a história de Michel Vidal, cabeleireiro, atleta, cozinheiro e, principalmente, vencedor.
Dentre todos esses significados, há mais um: “superar a resistência do adversário”. O que dizer quando o tal adversário é você mesmo?
“Estava passando por uma grande dificuldade, um dos meus maiores problemas era sentir dor física para trabalhar, o outro era a droga, seja lícita ou ilícita. Eram os adversários dentro de mim. Percebi que tinha que fazer algo que, além de me aliviar de tais dores, me motivasse, me trouxesse conquistas”, responde Michel.
Através dessa percepção, Vidal, que já se interessava como expectador por esportes aquáticos, procurou Cesar Augusto Moreira Silva, conceituado técnico de vencedores atletas paralímpicos.
Aos 22 anos, Michel sofreu um grave acidente de motocicleta que lhe afetou uma perna, causando um bloqueio no joelho, e um braço. A partir daí, foram mais de 20 cirurgias, um ano em cadeira de rodas e mais alguns às voltas com o gesso.
Devido ao tratamento e às imensas dores físicas, ficou dependente de morfina e outros analgésicos e, como normal a todo jovem que de uma hora para outra se vê “preso” a uma cadeira de rodas, entrou em depressão e procurou no álcool e nas drogas uma forma de se anestesiar da situação em que se encontrava.
“Foi uma época muito difícil, arrumava os mais variados motivos para me drogar, não encontrava felicidade em nada, vivia para usar e usava para viver”, conta. “Certo dia percebi o quanto estava me destruindo, o sonho da minha vida, que é o Studio Michel Vidal, construído com muito esforço, estava deixando em segundo plano, acordava tremendo, sem condições de trabalhar, brindei por quatro anos”.
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