O visitante que vem a Cascavel encontra logo que desce do ônibus a insegurança. Na Rodoviária a falta de policiamento e segurança resulta em diversas ações, como presença de flanelinhas, violência, ilícitos e inclusive tráfico e uso de drogas. Esta é a imagem da cidade que fica para quem a visita, mas para quem convive com esta situação diariamente a preocupação é constante. “Isto aqui virou uma cracolândia”, revela um dos comerciantes da Rodoviária que prefere não se identificar com medo de retaliações.
O tráfico e uso, segundo comerciantes da região, taxistas e até passageiros ocorre principalmente no período da noite, mas há casos que mesmo durante o dia são evidentes. A reportagem da Gazeta do Paraná apurou as críticas e verificou que a Rodoviária realmente hoje é ponto de distribuição e uso de drogas, principalmente o crack. A movimentação, no período da noite, depois que escurece, começa com distribuidores que chegam até o grupo que fica nas mediações da parte de fora da rodoviária.
Carros e motos entregam bolsas a alguns homens que estão sempre no local, depois as pedras de crack de dentro desta bolsa começam a ser comercializadas. Aos poucos aparecem os compradores e em questões de poucos minutos realizam a compra e saem. São vários homens e meninos envolvidos na ação. No dia que a reportagem acompanhou, os usuários utilizam o gramado ao lado da Rodoviária para fumar, inclusive ascendendo fogueira para se aquecerem do frio.
Este foi um dos dias que a movimentação aconteceu, porque segundo o comerciante esta cena virou corriqueira no local. “Tem gente que vem fumar crack inclusive dentro da rodoviária”, afirma ao pontuar que muitos dos meninos que ficam como flanelinha são usuários e trocam as moedas ganhas para comprar pedra. “Isto é o dia inteiro, mas quando dá meia noite, que fecha a Rodoviária piora”, afirma ao salientar que por conta do tráfico e uso muitos outros crimes são consequentes, como pequenos roubos.
Os taxistas que trabalham na rodoviária também presenciam situações diárias de insegurança. José Henrique, que trabalha de noite relata que dependendo do dia ele precisa mudar de ponto porque “a droga toma conta”. O taxista conta que o local “virou cracolândia” há mais de um ano porque a segurança é falha. “Aqui não tem policiamento, antes tinha um posto dentro da Rodoviária, depois que nunca mais vieram isto aqui ficou horrível”, revela.
Os clientes, segundo Henrique ficam assustados e aqueles que podem evitam. “Tem bastante gente que vem com frequência pra cá que mudou para o avião, mesmo sendo bem mais caro ou então mudam o horário para chegar durante o dia porque estão com medo”, explica. O taxista conta que isto significa além de insegurança para quem trabalha na Rodoviária, mas também prejuízo. “A gente perde serviço, muita gente para de vir pela Rodoviária e para nós que dependemos de passageiros aqui fica complicado”, garante ao afirmar que perdeu vários clientes que eram fixos.
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