O que antes era "exclusividade" da classe baixa, passa a abranger todas as classes sociais, Marcos Paulo Inacio, filho de grande empresário do interior do Paraná, tinha tudo. Tudo para ter um futuro brilhante, com dinheiro, amigos, autonomia social. Mas ele aprendeu um jeito de perder tudo isso em menos de 3 meses. Aos 16 anos, avisou à família que usava drogas em sua primeira overdose. Álcool, maconha, cocaína, até encontrar a devastação em um cachimbo de crack, aos 20. “Fumou” dois aparelhos de som, uma impressora, o botijão de gás e os sapatos de grife da mãe. Só não vendeu a geladeira porque foi abordado a tempo.
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• Especialista diz que 40% dos viciados em crack são de classe média
“Eu sou impotente perante meu filho. É entregar a Deus e viver um dia de cada vez”, lamenta Rosa*, mãe de Pedro e personagem de uma história cada vez mais comum. No Brasil, 381 mil pessoas já usaram crack,o que equivale a 1,5% da população nas 108 cidades brasileiras pesquisadas pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) da Universi da de Federal de São Paulo (Unifesp).
Alta dependência
“Alguns usuários têm experiências, conseguem modular o consumo e abandonam o crack espontaneamente. Mas, diferente de outras drogas, o crack é capaz de desenvolver estados de dependência com muito maior frequência e com potencial maior. Ou seja, não precisa fumar muita pedra para desenvolver um quadro grave de dependência”, alerta o psiquiatra George Gusmão, do Centro de Estudos e Terapia do Abuso de Drogas (Cetad).
Segundo Gusmão, não existe um limite determinado para que o usuário se vicie. Mas, em geral, depois da terceira experiência, há quem desenvolva um grave dependência, num padrão de deterioração rápida que lembra os viciados em heroína.
Segundo o psiquiatra, existe muita dificuldade em tratar o dependente do crack. “Não há medicação específica para reduzir a dependência”, avisa Gusmão. Ele defende que o viciado em crack deve ser submetido a um tratamento intensivo, mas com internação de curta duração, entre 15 a 20 dias, para então seguir em regime ambulatorial, com acompanhamento psiquiátrico e oficinas terapêuticas. *Os nomes das pessoas foram trocados para preservar suas identidades
Não é porque você se denomina "pertencente à uma classe", que significa que o perigo está longe. A droga domina a mente e o corpo, e depois os destrói. Não há como fugir dos riscos, há meios de evitá-los, ou combatê-los. "Não há exemplos na história de se ter conquistado a segurança pela covardia" - Leo Blum. Não apenas se mantenha longe das drogas. Denuncie os traficantes - o número da polícia federal é (45) 32242425 e a denúncia pode ser feita gratuitamente também pelo disk denúncia - 181. Ligue, não permita que os traficantes ainda se sobreponham aos honestos e trabalhadores.
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