"Sou drogado. Passei 20 dias numa clínica. Saí e me droguei de novo. Não sei porque matei ela", assumiu Bruno de Melo, 26 anos, neste domingo, na 5ª Delegacia de Polícia (Gomes Freire), no Rio de Janeiro, enquanto aguardava transferência para a Polinter, em São Gonçalo. O jovem viciado em crack matou por estrangulamento a namorada, Bárbara Calazans, 18 anos, na noite de sábado em um apartamento no Flamengo, zona sul do Rio de Janeiro.
Usuário de drogas desde 2003, Bruno, que passou por quatro internações nos últimos dois anos, ainda tentava entender o que havia acontecido. Mas os sinais de abstinência da droga, 24 horas depois do crime, já eram evidentes. "Não lembro como foi", completou, visivelmente trêmulo.
O viciado contou que, ao acordar, encontrou o corpo da namorada no chão da sala. Colocou um cobertor sobre ela e ligou para pai. "Fumei crack. Você não vai querer ser meu pai. Matei uma pessoa", contou ao telefone, conforme relatou o pai em depoimento. O jovem foi indiciado por homicídio e, se condenado, pode ficar 20 anos preso.
"Finalmente internei meu filho", desabafou o produtor cultural Luiz Fernando Prôa, pai de Bruno. Foi o pai o primeiro a saber do crime, em telefonema dado pelo filho, e também quem levou a polícia ao apartamento de Bruno, no Flamengo.
Luiz escreveu um emocionado desabafo. Nele relata todo seu drama nos últimos seis anos para tentar livrar o filho do vício. Abalado, resumiu a dor de perder a luta para as drogas: "Hoje vi um bom menino se transformar em assassino".
Sem tentar justificar o crime, Luiz criticou o descaso do Estado com os viciados: "Ele terá que pagar pelo que fez. Mas o Estado tem de intervir nesta questão para preservar as famílias e os inocentes. A internação compulsória para desintoxicação e reabilitação dos doentes, que já perderam todo o limite, é uma necessidade".
Fonte: Site Terra - 03/11/09
Veja a nota do pai de Bruno
"Meu filho começou na droga pelo álcool, no colégio, esta droga legal (...) Hoje vi um bom menino se transformar num assassino, assim como aquele pai de família correto, que um dia bebe umas redondas, dirige, atropela e mata seis num ponto de ônibus. Meu filho destruiu duas famílias, a da jovem e a dele, além de a si próprio. Queria sair do vício, mas não conseguia. Eu queria interná-lo à força e não via meios. Uma jovem, a quem ele amava, queria ajudá-lo e de anjo da guarda virou vítima
Mais que alertas, não faltam à sociedade quando se diz respeito aos efeitos que a droga traz, o depoimento do pai de Bruno, é a tradução do desespero coletivo que o vício causa, pois ele afeta, não apenas o viciado, mas sim, à todos que rodeam.
Ñão caia nessa, e colabore para uma sociedade mais limpa, livre das drogas !
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