segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Hit na internet, foto de mendigo revela drama de ex-modelo




Assustada com repercussão de foto publicada no Facebook, família espera conseguir tratamento ao jovem contra a dependência química. Conhecidos o descrevem como uma pessoa doce e inofensiva.


A foto de um mendigo de Curitiba publicada no Facebook – e compartilhada mais de 35 mil vezes – rodou o Brasil. Mas por trás das feições nórdicas e dos olhos azuis, o moço alto enrolado em uma manta surrada esconde um drama que escapa às redes sociais.
Rafael Nunes da Silva, de 31 anos, é usuário de drogas desde os 17 e há pouco mais de um ano perambula pelo Centro da capital paranaense, onde vive como morador de rua. O crack o fez deixar uma casa, uma família e uma carreira de modelo fotográfico. Assustados com o status de celebridade instantânea do rapaz nas redes sociais, familiares esperam que a superexposição o ajude, pelo menos, a conseguir o tão sonhado tratamento para se livrar da dependência química.
Rafael morava em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, com os pais e com duas irmãs. Trabalhou como vendedor e feirante, antes de se tornar modelo fotográfico – profissão que exerceu por dois anos. Mas, segundo o pai, o aposentado José Nunes, o consumo continuado de drogas desestabilizou o moço e há pouco mais de um ano o jovem abandonou a família. “Ele simplesmente saiu”, lamenta o pai.
A cada dois meses, em média, Rafael reaparece na casa da família, permanece por um curto período e volta a sumir sem deixar pistas. A última “visita” ocorreu há um mês. “Ele fala pouco e não conta nada sobre as ruas. Já tentamos internação, já encontramos ele andando como mendigo em Curitiba. Espero que, com tudo isso, a gente consiga internar”, desabafa Nunes.
Largo da Ordem
Rafael é visto com frequência nos arredores do Largo da Ordem e da Praça Tiradentes. Ao contrário de outros moradores de rua, no entanto, ele sempre anda sozinho. “Eu conheço, mas ele não gosta de se misturar”, disse um mendigo que identificou apenas como Barba.
Na Igreja da Ordem, onde comparece religiosamente todos os dias, Rafael é conhecido pelas fiéis, mas pelo apelido de "Cobertor", devido a manta que sempre carrega consigo. “Ah, o Cobertor”, disseram alguns quando a reportagem mostrou uma foto do rapaz. Ele é descrito por elas como um jovem doce – às vezes até infantil -, educado e de fala mansa, mas de pouca conversa.
“Ele tem porte de um soldado. É um moço muito bonito e parece ter orgulho disso. Sempre que ele me vê, ele fala: ‘Olha, eu tenho olhos azuis!’”, conta a secretária da igreja, Jane Valleri.
Rafael também é velho conhecido de guardas municipais. Segundo o agente Juliano Rocha, ele costuma vagar pelo Largo, vez ou outra abordando algum passante para pedir esmola. É apontado como “um rapaz bom, que não dá problemas”, mas com o típico perfil de usuário de crack: oscila momentos de relativa calma, com alterações em períodos de abstinência.
Segundo os agentes, quando parece estar sob efeito de drogas, o rapaz solta frases desconexas, grita sozinho e chega a “rolar no chão”. O moço já chegou a ser flagrado pela Guarda consumindo drogas e encaminhado à Fundação de Ação Social (FAS). “Mas ele nunca deu problema. A droga é uma doença na vida dele. Ele precisa é de ajuda”, opinou o guarda Rocha.
A última passagem de Rafael pela FAS foi na Casa de Acolhida e do Regresso, onde dormiu em 18 de julho. Segundo os registros, ele se apresentou espontaneamente, dizendo que queria roupa e comida. Na ocasião, o rapaz estava irritado, aparentando estar sob o efeito de drogas. O cadastro faz referência, ainda, a um transtorno mental grave de que o rapaz sofreria. Para o pai, Rafael desenvolveu os problemas psicológicos por causa do crack. “Ele não tinha nada. Isso é coisa da droga”, disse.
Andanças
Na manhã desta quarta-feira (17), por volta das 9h30, Rafael foi visto na Praça do Homem Nu. Alheio à fama instantânea, foi a uma barraca de frutas e pediu uma ao feirante. “Eu disse que ele podia pegar uma fruta. Ela pegou um jabuticaba e saiu. Parecia que estava na fissura”, disse o comerciante Fernando de Souza.
O morador de rua trajava calças cortadas à altura das canelas, blusa de moletom ocre e arrastava o tradicional cobertor. Segundo testemunhas, aparentava não tomar banho há alguns poucos dias. Sabe-se que, no início da tarde, passou pelo Largo da Ordem e Praça Tiradentes.
Na publicação do Facebook, a mulher que tirou a foto explicou que foi abordada por Rafael, que queria, por meio da fotografia, “quem sabe”, ficar famoso. Ao menos por um dia, parece que ele conseguiu.

Lágrimas pelo Dia dos Pais

Na véspera do Dia dos Pais, Rafael entrou na Igreja da Ordem e, como de costume, se posicionou à esquerda do templo. Segundo o funcionário do local, Alcides Andrade, o “Cobertor” parecia aflito. O rapaz se aproximou lentamente do senhor e logo foi às lágrimas. “Ele chorava muito, muito, muito. Dizia que estava com saudades de casa e que queria ver o pai”, relembra Andrade, que se considera um amigo de Rafael.
O funcionário da igreja conta que conduziu Rafael até um banco, diante do qual se ajoelharam e rezaram por alguns minutos. Após a oração, o moço parecia mais calmo, segundo Andrade, mas ainda estava emotivo. “Eu dei a ele um dinheiro para que o ‘Cobertor’ fosse visitar o pai. Ele ficou muito feliz e foi embora. Ficou dias sem aparecer na igreja. Acho que foi mesmo visitar a família”, disse.


FONTE: 





terça-feira, 16 de outubro de 2012

Prevenção às drogas

O CAPE, departamento do DENARC no Paraná, dá algumas dicas de prevenção às drogas. Veja quais são:




A Prevenção na prática - o que fazer?

O que fazer se desconfia que seu aluno usa drogas?

  • Tente não acusar
  • Encontrar a melhor hora de conversar
  • Não discutir se o aluno estiver sob os efeitos da droga
  • Ter interesse pela opinião dele
  • Maior objetivo não é cobrar
  • Se ele mentir, mostrar que você está percebendo
  • Querer ajudar
  • Não ameaçar com castigos

 

Evite!

  • Não dar importância ou ignorar os fatos
  • Expulsar o dependente da escola
  • Julgar o dependente como único culpado
  • Policiar intensivamente

O que pode ser feito na escola?

Habilidades de enfrentamento
Um dos pontos mais importantes na prevenção ao consumo de drogas é o treinamento de habilidades de enfrentamento, ou seja, a capacidade de lidar com situações de alto risco e de pressão (onde existem grandes possibilidades do uso de drogas). As situações de alto risco variam de pessoa para pessoa e, após a sua identificação, o adolescente pode aprender a responder a indicadores (a antecipar ou coexistir com uma situação de alto risco), como sinais para uma resposta positiva em relação a uma situação de alto risco.
Um dos recursos usados para o desenvolvimento deste tipo de habilidade é a dramatização. Através da encenação de situações de alto risco, o adolescente pode ser "treinado" a observá-las o mais rápido possível e assumir uma ação preventiva no ponto mais precoce possível.

Jogos dramáticos

Oferece ao adolescente a oportunidade de representar um papel que não é seu. Existem quatro componentes para que o psicodrama seja eficiente:
  • A participação deve ser voluntária
  • Todos os adolescentes devem ser encorajados a participar porque a habilidade de mudar de atitude geralmente decorre de pontos de vista pessoais para sociais.
  • As situações devem ser verdadeiras e improvisadas
  • Recompensa e reforço asseguram a continuação dos benefícios ganhos com a técnica
Existem muitos motivos para os jovens não participarem: timidez; o adolescente pode estar muito envolvido emocionalmente com a situação; pode preferir ver como o outro deve agir naquela situação ou achar que é muito frio para participar. 
A situação dramatizada deve ser realista e facilmente compreendida. Quando eles aprendem primeiro uma nova habilidade como recusa, assertividade tem a oportunidade de experimentar esta nova habilidade na situação dramatizada. Cada estudante tem a oportunidade de ouvir seu próprio ponto de vista em público e fazer a mudança interna e, conseqüentemente, externa.
A encenação estimula as habilidades de enfrentamento diante de situações de alto risco. Os alunos que tem dificuldade de verbalização preferem escrever o script, dirigir a cena ou ser o câmera-man.
Objetivos: Reforçar experiências positivas; reforçar comportamentos aprendidos com elogio; aprovação e encorajamento; crítica e reeducação; treinamento de habilidades para enfrentamento de situações de alto-risco. 
O feedback dos professores e colegas avaliando o desempenho da atuação dos estudantes é muito importante porque as mudanças de atitude e domínio de habilidades são mais fáceis de serem conseguidos com reforço.

Painéis

Os alunos podem, reunidos em grupos, fazer painéis onde exporiam os principais efeitos, riscos, e histórico de cada droga. Depois disso, a classe, discutindo os painéis que foram feitos, recebe esclarecimentos básicos sobre todas as drogas. Os painéis podem ser feitos por meio de colagens, desenho, fotografias, de maneira a relacionar as diferentes matérias desenvolvidas pela escola. (ex. pode-se discutir as formas de produção de cada droga e neste sentido relacionar conceitos de geografia, química e física; os efeitos das drogas no SNC aproveitando os conceitos desenvolvidos nas aulas de biologia; cálculo de unidades de álcool seguindo orientações matemáticas, etc.).

Balança do uso de álcool, tabaco e medicamentos em casa

Também seguindo a forma de discussão, uma maneira mais dinâmica e pedagógica do que a aula expositiva, os alunos devem fazer um levantamento e discutir o uso de álcool, tabaco e medicamentos dentro de casa. Esta discussão é bastante importante para conscientizar os adolescentes do caráter nocivo que estas substâncias lícitas podem ter. 

Montar uma feira de ciências

A escola pode, para relacionar as diferentes matérias, estipular um "ano do trabalho com dependência química e drogas". Os alunos teriam que criar, dentro de alguma matéria, uma série de materiais relacionados a álcool e drogas. Ao longo de um período eles teriam tempo para organizar o que seria apresentado, sob a forma de cartaz, trabalho teórico, peça teatral, monografia, música, etc. e posteriormente seria feita uma feira destes "produtos". Seria interessante doar a renda obtida nesta feira para alguma instituição de tratamento de dependência química. Desta maneira, os alunos estariam se envolvendo mais "diretamente" com as instituições de tratamento e com a dependência química em si. 

Trabalhar com letras de música

Nas aulas de inglês os alunos poderiam discutir, fazer uma reflexão sobre a letra e/ou efetuar a tradução (de músicas em outro idioma) que estivessem falando de álcool e drogas. 

Discussão sobre filmes e/ou livros sobre drogas

São dadas sugestões de livros ou filmes que abordem a dependência química, para posteriormente fazer algum trabalho crítico ou simplesmente discuti-lo em sala de aula. Estes materiais (filmes ou livros) podem também ser usados para introduzir um tema, reforçar um conceito chave ou avaliar o grau de entendimento. 

Análise da Mídia

As crianças e os adolescentes são bombardeados para aderir ao uso de álcool, tabaco ou medicamentos através da mídia. Que os influencia absurdamente. 
Um componente muito importante ao se pensar em um trabalho de prevenção com adolescentes é incluir lições que abordem literatura da mídia. Os alunos devem entender as técnicas de persuasão usadas pela propaganda e percebendo o caráter manipulador da propaganda, poder tomar as próprias decisões em relação ao uso de álcool ou tabaco ou medicamentos. 

Brainstorming

É uma técnica que os alunos podem usar para gerar uma lista de idéias durante uma discussão de classe ou em pequenos grupos. O professor ou redator do grupo vai anotando todas as idéias, declarações dadas. Não há julgamento de valores ou discussão durante esta técnica. Depois do brainstorming faz-se a discussão.  
Todos estes trabalhos podem (e devem) ser adaptados pelos professores no sentido de se adequarem melhor ao que está sendo discutido com os alunos.  Relacionamos apenas alguns exemplos de trabalhos que podem ser desenvolvidos, mas eventualmente, de acordo com as técnicas pedagógicas usadas em sala de aula, eles terão que ser adaptados.









terça-feira, 2 de outubro de 2012

Segurança Pública começa processo para instalação da nona UPS na capital


A Polícia Militar e a Guarda Municipal de Curitiba ocuparam na manhã desta segunda-feira (01/10) uma área do bairro Tatuquara, na região Sul da cidade, para a instalação de uma nova Unidade Paraná Seguro (UPS) na capital. A base fixa ficará na Vila Ludovica. 

A ação de “congelamento” da área começou às 6 horas e mobilizou 154 policiais militares, 40 viaturas, além de 27 integrantes da Guarda Municipal. Em ações prévias da Polícia Civil, realizadas na região da nova UPS nos últimos três meses, foram feitas 17 prisões, entre homicidas e traficantes, e cumpridos 35 mandados de busca e apreensão. 

A PM também realizou ações frequentes na área ao longo dos últimos meses e cumpriu 12 mandados judiciais, prendeu 18 pessoas por porte ilegal de arma de fogo e recuperou 85 veículos roubados ou furtados. Também foram encaminhadas às delegacias 97 pessoas por perturbação da tranquilidade.

De acordo com o secretário estadual da Segurança Pública, Cid Vasques, a instalação da UPS faz parte de uma estratégia moderna de policiamento comunitário. “No decorrer do tempo, em virtude da aproximação com os policiais que vão ficar no local de forma permanente, a população vai poder identificá-los como pessoas que fazem parte da comunidade, estabelecendo uma relação de confiança e parceria no combate à criminalidade”, afirmou.

O subcomandante-geral da PM, coronel Cesar Alberto Souza, informou que as ações da polícia nos bairros ajudaram a reduzir o índice de homicídios na capital. “Os homicídios dolosos tiveram uma redução de 31,65% se comparado os meses de agosto deste ano com o do ano passado”, afirmou. O número de mortes violentas caiu de 79 casos para 54 registros. 


Neste ano, houve 34 homicídios dolosos entre janeiro e 28 de setembro na região do Tatuquara. Isso representa 7,89% do total deste tipo de crime em Curitiba. Segundo o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de homicídio no bairro foi de 61,41 para cada 100 mil habitantes, em 2010. 

BASE - O efetivo policial que ocupou a Vila Ludovica ficará na região até a próxima quarta-feira (03/10). “Na sequência, a exemplo das outras UPS, teremos 30 policiais militares fazendo policiamento comunitário de forma fixa no local”, garantiu o subcomandante-geral da PM, o coronel Cesar Alberto Souza.

Segundo o coronel, que acompanhou a operação, a nova unidade será denominada UPS Ludovica. A base fixa ficará localizada na rua Jornalista Emílio Zola Florenzano com a rua João Goulart. Um módulo móvel já está no local para atendimento da população. 

“Pedimos que a população ligue para o telefone 181, passe informações, e dessa forma vamos poder prestar um serviço muito melhor, que se consolide e se torne definitivo”, disse o coronel.

MEDIDAS - As ações policiais realizadas em Curitiba e no interior fazem parte do pacote de medidas que o Governo do Estado está promovendo na área de segurança pública. Além das UPS, neste ano houve a contratação de 3.120 novos policiais para os efetivos da Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros. 

As Unidades Paraná Seguro começaram a ser instaladas neste ano nos bairros mais violentos de Curitiba. A proposta do Governo do Estado é ter dez unidades na capital até o final do ano. A primeira UPS foi implantada no bairro Uberaba, em março. Em seguida, foi a vez do Parolin receber a base fixa de policiamento. 

Outras cinco unidades estão em funcionamento na Cidade Industrial de Curitiba (Vila Sandra, Vila Verde, Caiuá, Nossa Senhora da Luz e Sabará) e uma foi instalada na Vila Osternack, no Sítio Cercado. As primeiras cidades do interior que deverão receber UPS são Londrina e Cascavel.

Fonte Texto e Imagem: AEN - Paraná